FTX fará pagamentos de US$ 1,6 bilhão em falência este mês
Os credores da corretora de criptomoedas FTX, que passou por uma falência marcante, vão receber cerca de US$ 1,6 bilhão no final deste mês. Essa distribuição faz parte do processo de ressarcimento aos clientes da empresa, conforme anunciado pelo FTX Recovery Trust na última sexta-feira (19).
No dia 30 de setembro, quatro grupos de credores receberão essa quantia, com os valores variando entre 78% e 120% do que cada um tinha quando a FTX faliu, em novembro de 2022. Essas informações foram divulgadas por meio de um comunicado que detalha como os ativos e as reivindicações estão sendo geridos após o processo de falência da corretora.
Essa é a terceira fase do plano de recuperação da FTX. Os pagamentos serão realizados através das exchanges Bitgo e Kraken, além da plataforma de pagamentos Payoneer. O plano de distribuição foi anunciado pela primeira vez no ano passado e desde então parte dos ativos está sendo devolvida aos clientes.
A FTX era uma plataforma onde os clientes podiam negociar, comprar e até apostar no preço futuro de várias criptomoedas. Entretanto, a gestão da empresa, comandada pelo CEO Sam Bankman-Fried, foi marcada por práticas fraudulentas. Ele utilizava o dinheiro dos clientes para cobrir riscos relacionados a investimentos feitos pelo fundo do qual a FTX era associada, a Alameda Research. Esse esquema desastroso, que culminou na falência da corretora, resultou na sumição de bilhões de dólares que pertenciam a investidores.
John J. Ray III, o advogado responsável pela recuperação dos investimentos na FTX, chegou a afirmar que o colapso da empresa foi ainda mais impactante do que a famosa falência da Enron, nos anos 2000.
Sam Bankman-Fried acabou sendo preso e enfrenta acusações graves por fraudes realizadas contra seus clientes. Durante o julgamento, alguns membros do seu círculo mais próximo, como o cofundador Gary Wang e a ex-CEO da Alameda, Caroline Ellison, testemunharam contra ele, admitindo terem cometido crimes sob suas ordens.
O procurador Damian Williams descreveu Bankman-Fried como um “perpetrador de uma das maiores fraudes financeiras da história dos Estados Unidos”, uma manobra grandiosa que visava torná-lo o “rei das criptomoedas”. Atualmente, ele cumpre uma pena de 25 anos em uma prisão na Califórnia, resultado da sua condenação por fraude e outros crimes associados.